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> A Bacia Hidrográfica Hidrográfica do Rio Pardo
Síntese da paisagem da Bacia |
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A
Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, localizada na região
central do Estado do Rio Grande do Sul, aflui no Rio Jacuí,
sendo integrante da Região Hidrográfica do Guaíba,
correspondendo a Bacia G 90, classificação oficial do
Estado. A área de drenagem da Bacia do Pardo é de
3.636,79 Km², sua extensão é
de 115 Km e a largura de 35 Km, representa 1,3% da área do
Estado e 4,3% da Região Hidrográfica do Guaíba,
abrangendo 13 municípios, com um total de 212.531 habitantes
(em 2003). Destes municípios somente Venâncio Aires tem
sua sede fora dos limites da Bacia. Em linhas gerais a Bacia
compreende a montante (parte alta) áreas associadas ao
planalto Meridional, com altitudes superiores a 500m, predominando
campos, atividades de pecuária e pequenas lavouras de
subsistência, onde estão localizadas as sedes dos
municípios de Barros Cassal, Boqueirão do Leão,
Gramado Xavier e Lagoão. A porção intermediária
da bacia responde a aproximadamente 40% de sua área total,
localizada na encosta do Planalto Meridional com altitudes que variam
de 200m a 500m, predominando propriedades coloniais, havendo áreas
de remanescentes florestais em diversos estágios de
regeneração, também encontram-se nesta porção
da Bacia significativos elementos da fauna do Estado, onde estão
situadas as sedes municipais de Herveiras, Passa Sete, Sinimbu e Vale
do Sol. A jusante (parte baixa) da Bacia, respondendo também
por cerca de 40%, encontram-se áreas planas de relevo pouco
ondulado, geomorfológicamente compondo a Depressão
Central, associadas as áreas de meandros dos principais cursos
d'agua, sendo as várzeas utilizadas para o cultivo de arroz
irrigado, enquanto as zonas mais elevadas para pecuária
extensiva e cultivos agrícolas, principalmente de fumo, milho,
soja e feijão. Nesta porção localizam-se as
sedes municipais de Candelária, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul e
Vera Cruz, onde se concentram os maiores contingentes populacionais e
de atividade industrial na Bacia.
Síntese das Áreas de
Estudo
adoção de uma única
Unidade de Estudo dificulta e limita o entendimento da problemática
local associada aos recursos hídricos impedindo uma
compreensão integrada dos diversos aspectos intervenientes a
este tema. Para tanto, foi estabelecida uma divisão interna da
bacia, a partir de compartimentos homogêneos: físicos,
bióticos e sócio-econômicos; denominados de
Unidades de Estudo. Tendo fundamental importância a
diferenciação do relevo (trechos: alto, médio e
baixo) e a definição das principais sub-bacias ( rios
Pardinho e Pequeno e arroios Andreas e Plumbs), como pode ser
verificado na TABELA 1.
TABELA 1 - Unidades de Estudo
definidas pelo Comitê Pardo. |
A Bacia
Hidrográfica do Rio Pardo |
Unidade
de Estudo |
Sigla |
Área
(km²) |
Alto
Pardo |
APo |
512,05 |
Médio
Pardo |
MPo |
773,54 |
Sub-Médio
Pardo |
SMPo |
728,04 |
Baixo
Pardo |
BPo |
190,02 |
Alto
Plumbs |
APb |
110,03 |
Baixo
Plumbs |
BPb |
236,92 |
Alto
Pardinho |
APi |
64,60 |
Alto-Médio
Pardinho |
AMPi |
306,70 |
Médio
Pardinho |
MPi |
187,63 |
Baixo
Pardinho |
BPi |
219,46 |
Alto
Pequeno |
APe |
92,90 |
Alto-Médio
Pequeno |
AMPe |
134,71 |
Andreas |
An |
80,19 |
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Síntese
da problemática da Bacia
Os
principais problemas relacionados aos recursos hídricos foram
apontados por estudos técnicos e confirmados pelos moradores
da Bacia. Podem ser agrupados em quatro categorias, segundo natureza
ou origem, Tabela 2.
Tabela 2. Natureza dos problemas na
Bacia do Pardo.
Natureza
dos problemas |
Problemas |
Quantidade
de Água Superficial |
Excesso
- cheias |
Escassez
- secas |
Qualidade
da Água Superficial |
Degradação
de origem urbana |
Degradação
de origem rural |
Alterações
na Morfologia Fluvial |
Assoreamento
dos cursos de água |
Desbarrancamento
de margens |
Retificação
de traçados |
Obstrução
das calhas dos rios |
Ambientais |
Déficit
de mata ciliar |
Uso
inadequado do solo |
|
Os problemas associados a
disponibilidade hídrica, excessos e escassez, são
fenômenos naturais agravados pela ação antrópica,
devido a características morfológicas, geológicas
e climáticas, que facilitam o escoamento das precipitações
muito freqüentes em determinadas épocas do ano. Os
problemas de excesso são evidenciados nas áreas de
estudo do MPo, SMPo e BPi, em terrenos baixos, propícios a
alagamentos e onde existe maior concentração da
população, sendo marcante a maior impermeabilização
do solo. Os problemas de escassez localizam-se nas áreas de
estudo do BPo, BPi e An que apresenta limites disponíveis
ultrapassados pela demanda, em situações de estiagem
nem sempre críticas.
A qualidade das águas da bacia
hidrográfica é determinada pela influência ou
ação do homem, isto é, quanto mais intensa sua
presença, mais críticos são os padrões em
que se encontram as águas (BPi, BPo e BPb), esta degradação
pode ter origem tanto urbana quanto rural. No meio urbano o
lançamento de esgotos domésticos não depurados,
efluentes industriais e resíduos, além da própria
drenagem pluvial urbana, que ocorrem de forma concentrada, são
os principais agentes. O meio rural tem como principais contaminantes
os fertilizantes e agrotóxicos utilizados nas lavouras de
arroz, soja, fumo e milho (localizados nas áreas de estudo
SMPo, BPo, MPi, BPi, e BPb), os efluentes de origem humana e criação
de animais também são concentrados, mas não
tendo significativa contribuição.
As alterações na
morfologia fluvial, são perceptíveis no SMPo, BPo, MPi,
Bpi, An e Bpb, ocorrem devido ao assoreamento, desbarrancamento das
margens, retificação no traçado natural e
entulhamento das calhas dos cursos da água. O uso inadequado
do solo e o déficit de vegetação ciliar,
são os principais agentes causadores deste problema. A remoção
da mata ciliar, apresenta-se como o mais preocupante problema de
ordem ambiental. O déficit da mata ciliar, que é
a diferença entre a quantidade de mata existente e a exigida
legalmente, mostra-se intensa na parte baixa da bacia (APo, SMPo,
BPo, BPb, An e BPi), justificada pela presença de áreas
urbanas e agrícolas mais expressivas. Desta forma, torna-se
evidente a interferência da comunidade do Pardo, causando em
suas águas, um impacto ambiental inevitável,
responsável pela problemática agora exposta. Mostra-se,
então, a urgência de organizar o processo e a
necessidade da realização de maneira integrada,
descentralizada e participativa, de uma gestão que procure não
somente privilegiar algumas minorias dirigentes, mas toda a
sociedade, através da seguridade ambiental.
A
divis?o estadual das bacias hidrogr?ficas no Rio Grande
do Sul |
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