A
drenagem urbana é o conjunto de medidas que tenham
como objetivo minimizar os riscos que a população
está sujeita, diminuir os prejuízos causados
por inundações e possibilitar o desenvolvimento
urbano de forma harmônica, articulada e sustentável.
Ou seja, a drenagem nada mais é do que o gerenciamento
da água da chuva que escoa no meio urbano.
O aumento da população, principalmente
em pólos regionais de crescimento e a expansão
irregular da periferia tem produzido impactos significativos
na infra-estrutura de recursos hídricos. E um
dos principais impactos que tem ocorrido na drenagem
urbana é a forma de aumento da freqüência
e magnitude das inundações e consequentemente
a degradação ambiental.
A visão antiga da drenagem urbana tinha como
princípios: remover as águas pluviais
para jusante executar projetos e obras, como medida
estrutural para resolver os problemas e a base de analise
era somente econômica. Já a visão
moderna busca a compreensão integrada do meio
ambiente: social, legal, institucional e tecnológica,
visando resolver os problemas gerenciais através
de componentes políticos.
Os principais efeitos da urbanização sobre
a vazão máxima são:
Pico da vazão da água em uma bacia impermeabilizada
é 6 vezes maior;
A cobertura vegetal da área urbana influencia
diretamente na vazão, a partir da chuva;
As precipitações críticas são
mais intensas e freqüentes;
No início da chuva é que ocorre o maior
pico de poluição.
As
áreas urbanas vem sendo cada vez mais impermeabilizadas,
gramados e áreas verdes são substituídos
por calçadas e pavimentos, as áreas de
telhados são expandidos, fazendo com que o volume
de água escoado nas ruas aumente de forma significativa.
E segundo dados da CORSAN o consumo de água por
pessoa/dia é de 200 litros e o despejo de esgoto
é de 160 litros, o que agrava ainda mais a situação.
Dentre os principais impactos das inundações
sobre a população estão: os prejuízos
de perdas materiais e humanos, a interrupção
da atividade econômica das áreas inundadas,
a contaminação por doenças de veiculação
hídrica como leptospirose, cólera, entre
outros e a contaminação da água
pela inundação de depósito de materiais
tóxicos, estações de tratamento,
entre outros.
Com o aumento da urbanização, o despejo
de esgotos, o uso de produtos químicos pela agricultura,
industria e no ambiente em geral, os recursos hídricos
retornam a sua origem (rio) totalmente contaminados
(ver figura abaixo).
As
conseqüências da falta de visão ambiental
é deterioração dos mananciais e
a redução da quantidade de água
de qualidade para população.
Os fundamentos da drenagem urbana moderna estão
basicamente em não transferir os impactos à
jusante, evitando a ampliação das cheias
naturais, recuperar os corpos hídricos, buscando
o reequilibro dos ciclos naturais (hidrólogos,
biológicos e ecológicos) e considerar
a bacia hidrográfica como unidade espacial de
ação.
Para gerenciamento adequado da drenagem urbana são
indispensáveis o conhecimento da área,
o seu monitoramento, o planejamento da ações
visando minimização dos impactos e principalmente
da participação e motivação
da população envolvida.
"A
urbanização causa enchentes para própria
urbanização"
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